TJRJ promove audiência de mediação entre Flamengo e representantes das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu
O Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) realiza nesta quinta-feira, às 14 horas, a primeira audiência de mediação entre o Clube de Regatas do Flamengo e representantes das famílias dos atletas que morreram vítimas do incêndio no Centro de Treinamento Ninho do Urubu, ocorrido no dia 8 de fevereiro. Não será permitida a entrada da imprensa por causa do sigilo exigido por lei.
O processo de mediação foi instaurado pelo presidente do Nupemec, desembargador Cesar Cury, a pedido do Flamengo, e, inicialmente, envolverá os representantes das famílias dos 10 atletas que morreram no incêndio e dos outros três feridos.
“As questões envolvendo os jovens atletas do Flamengo e seus familiares exige um tratamento cuidadoso e individualizado, a fim de se encontrar uma solução justa e efetiva em tempo razoável. A mediação constitui a forma mais adequada para tratar este caso por permitir que os próprios envolvidos construam o resultado que melhor atenda aos seus legítimos interesses, com a segurança do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro”, afirmou o desembargador Cesar Cury.
Advogados que representam o Flamengo estiveram no Tribunal nesta quarta-feira para entregar ao Nupemec o pedido de mediação. De acordo com o advogado Álvaro Piquet Pessôa, a intenção do clube é buscar a melhor solução e de maneira mais célere, para atender a cada família das vítimas do incêndio.
“ O Flamengo fez o pedido de instauração de uma mediação porque entende que o Núcleo de Resolução de Conflitos e Mediação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro é o local mais adequado para que encontremos uma solução para as necessidades particulares de cada uma das famílias envolvidas nesse lamentável episódio”, disse o advogado.
Entenda o que é mediação
A mediação é um processo voluntário que oferece àqueles que estão vivenciando um conflito familiar, ou qualquer outro conflito de relação continuada, a oportunidade e o espaço adequados para se buscar uma solução. No Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) esse trabalho é coordenado pelo Nupemec.
Durante a audiência, as partes poderão expor seu pensamento e terão uma oportunidade de solucionar questões importantes de um modo cooperativo e construtivo.
A mediação é uma oportunidade única de falar com profissionais especializados e treinados, o que lhes permite identificar as questões mais importantes para atender às necessidades das partes, ajudando-as a encontrar alternativas para um acordo.
Os mediadores são neutros: não dão conselhos, nem tomam decisões. Eles facilitam o diálogo positivo, criando uma atmosfera propícia à identificação das reais necessidades de ambas as partes, bem como interesses distintos.
O processo de mediação é confidencial. Todas as matérias discutidas e reveladas são protegidas pela política do sigilo e da confidencialidade. Com a exceção do acordo obtido, nada do que é dito ou revelado na mediação será utilizado no Tribunal. Além disso, os mediadores são impedidos de testemunhar sobre os casos em que atuaram.
JM