Comitês de Gênero lançam vídeos sobre intolerância religiosa
Para marcar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado dia 21 de janeiro, os Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (COGENs) incluíram o tema no projeto “Quem sente na pele”.
O quarto episódio do projeto foi dividido em cinco vídeos gravados por desembargadoras e desembargadores de diferentes credos religiosos, com relatos e reflexões sobre discriminação, preconceito e intolerância. A mensagem reforça a importância da liberdade de religião ou crença, que é garantida pela Constituição Federal.
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído pela Lei 11.635/2007, em homenagem à Iyalorixá Mãe Gilda, que foi vítima de intolerância religiosa.
“Mãe Gilda de Ogum, falecida em 21 de janeiro de 2000, tornou-se símbolo de resistência da liberdade de religião. Quase um quarto de século se passou e ainda há muito a ser feito para que o respeito à crença alheia seja partilhado por todas as pessoas. Os COGENs sublinham este janeiro com uma sequência de vídeos que trazem mensagens de integrantes da magistratura a respeito do importante tema”, ressalta o desembargador Wagner Cinelli, presidente dos COGENs.
Os capítulos
No primeiro capítulo desse episódio do “Quem sente na pele”, o desembargador Ademir Paulo Pimentel, presidente do Fórum Permanente de Direito e Religiões da Emerj, fala sobre a importância do respeito a todas as religiões e sobre a lei do amor.
Os outros quatro capítulos, que serão divulgados até o fim do mês, apresentarão depoimentos dos desembargadores (as) Denise Levy Tredler, Maria Celeste Pinto de Castro Jatahy, Ivone Ferreira Caetano e Marco Aurélio Bezerra de Melo, diretor da Emerj.
A desembargadora Patrícia Serra, vice-presidente dos COGENs, falou sobre a importância de tratar desse tema: “A intolerância religiosa macula a diversidade cultural, valores e/ou crenças, através de práticas e/ou discursos desmedidos, transgressores da dignidade da pessoa humana, porque violentos, para dizer-se o mínimo”.
Denúncias
Em apenas um ano, o número de denúncias de intolerância religiosa no Brasil aumentou 106%. Passou de 583, em 2021, para 1,2 mil, em 2022, uma média de três por dia. O Estado recordista foi São Paulo (270 denúncias), seguido por Rio de Janeiro (219), Bahia (172), Minas Gerais (94) e Rio Grande do Sul (51).
A maior parte das denúncias foi feita por praticantes de religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé. Seis em cada dez vítimas são mulheres.
Para denunciar: Disque Direitos Humanos – Disque 100.
Para assistir ao primeiro capítulo do 4º episódio “Quem sente na pele”, clique aqui.
Quem sente na pele
O projeto “Quem sente na pele” é uma série de vídeos promovida pelos COGENs e produzida pelo Departamento de Comunicação Interna (DECOI) por meio da Divisão de Mídia e Audiovisual (DIMAU). A série apresenta depoimentos de servidores(as) e magistrados(as) com relatos de situações que viveram no dia a dia relativos a temas ligados à discriminação, ao preconceito, à desigualdade e à vulnerabilidade, entre outros.
A iniciativa cumpre as determinações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio dos COGENs, Comitês criados a partir da Resolução do CNJ nº351, de outubro de 2020.
Departamento de Comunicação Interna