Mutirão de mediação sobre o Plano verão finaliza processos de ex-poupadores
Os sorrisos e as brincadeiras evidenciam o alívio de Francisco José de Almeida, de 71 anos. Por dez anos, ele ficou tenso por causa um processo judicial envolvendo suas duas poupanças no antigo Banco Estado do Rio de Janeiro (Banerj), incorporado pelo Banco Itaú como resultado do Plano Verão, programa de estabilização econômica implementado pelo presidente José Sarney, em 1989.
“Em 2008 resolvi entrar com a ação, mas resolvi fazer uma composição pra acabar logo com isso. Para o próprio poupador é algo muito desgastante”, afirmou.
Apesar de estar aposentado, Francisco José segue trabalhando como advogado. Ciente dos trâmites da Justiça, ele elogiou a iniciativa do TJ do Rio de realizar o mutirão de mediações com processos relativos aos planos econômicos Bresser, Verão e Collor envolvendo o Banco Itaú. Com bom humor, disse estar satisfeito com o acordo e já ter planos do que fazer com o dinheiro obtido.
“O pessoal da mediação foi nota dez. Não vai dar pra viajar, mas obviamente vai me ajudar bastante. Eu faço um tratamento oncológico muito sério, então essa quantia vai me ajudar a comprar remédios, por exemplo”, contou, sorridente.
O mediador Luis Carlos Alves Pequeno, que participou de seis dos sete dias do mutirão organizado pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais e Soluções de Conflitos (Nupemec) do TJRJ, elogiou a iniciativa.
“Ainda não conhecia a mediação entre um banco e um cliente, então vim ajudar por um aprendizado novo. A experiência foi muito positiva, até porque mostrou a segurança da parceria do Judiciário com o Itaú e outras instituições”, destacou o mediador.
O mutirão foi realizado entre os dias 26 e 28 de setembro; e nos dias 3, 4, 5 e 11 de outubro no Tribunal de Justiça do Rio.
JGP / SF